Desculpe-me
-O mais importante a se fazer é sempre dizer o que os outros querem ouvir.
-Eu amo nossos leitores.
No post passado mais uma alma penada veio cair nos comments desse antro de perdição.
Anjinha, seja lá quem você for, perdoe-me pelo post um tanto quanto machista; na verdade coloquei-o apenas para instigar nossa querida Bella e ver sua reação.
Quanto ao Lipídio,
Filosofia Duparidu No. 12
Dom Sebastião, rei português, em fins da Idade Média lançou-se ao mar para livrar definitivamente seu "país" dos mouros.
Todos esperavam ser ele a última salvação; afinal, não é sempre que um rei lança-se à guerra pessoalmente.
Mas ele morreu.
Sua nau, uma das primeiras a afundar, deixou saudade (termo que só existe plenamente no português) entre os lusitanos.
Até hoje, em um movimento chamado sebastianismo, alguns portugueses esperam no porto de Lisboa a volta do rei perdido. Ficam olhando as marés com a esperança da volta de seu monarca.
Esperança. Esse termo é familiar a vocês?
Pois explico-me. Depois de um ano de governo Lula, mesmo apesar de tantas trapalhadas, o Data Folha fez uma pesquisa entre os brasileiros na qual pedia-se para resumir o governo do operário Luiz Inácio em uma palavra. Adivinhem qual foi a palavra esmagadoramente vencedora? Esperança.
Parece-me que essa saudade unida à esperança é um dos polos norteadores e legitimadores da política brasileira há muito tempo. D. Pedro II vencendo o conturbado período da regência ao vestir-se de "salvador da pátria" em 1841; Vargas, utilizando-se de um aparato muito semelhante ao imperador, quase um século depois, conseguindo fazer um golpe branco e, décadas depois, ser eleito com grande apoio popular; Jânio, Jango, Collor e, agora, Lula. Todos explorando essa mania de esperança do brasileiro.
Não, não digo que ter esperança é algo pejorativo, mas pode ser extremamente nocivo. Acontece que a nossa esperança, ao contrário de lutar por tempos melhores, parece atirar-nos em qualquer precipício, em qualquer discurso de "salvador da pátria". Extramamente condizente com o vício brasileiro em se apostar apenas no governo, reservando ao povo o direito de sempre lavar as mãos.
Lula, antes de tudo, é visto como uma pessoa do povo. Admitir que ele está envolvido em corrupção, para a opinião pública, é o mesmo que aceitar o próprio povo como corrupto.
Não me escandalizaria, de forma alguma, caso o presidente, apesar dos pesares, sair intacto de qualquer acusação feita por nosso não-tão-amigo-assim Bob Jefferson.
E tenho dito!
Bem, é isso...
Sem amenidades por hoje, cambada.
(A propósito, aceite o convite - via e-mail - para entrar na redação do Blog fusion, Lipídio)
Os senhores tirem suas próprias conclusões.
-Eu amo nossos leitores.
No post passado mais uma alma penada veio cair nos comments desse antro de perdição.
Anjinha, seja lá quem você for, perdoe-me pelo post um tanto quanto machista; na verdade coloquei-o apenas para instigar nossa querida Bella e ver sua reação.
Quanto ao Lipídio,
Filosofia Duparidu No. 12
Dom Sebastião, rei português, em fins da Idade Média lançou-se ao mar para livrar definitivamente seu "país" dos mouros.
Todos esperavam ser ele a última salvação; afinal, não é sempre que um rei lança-se à guerra pessoalmente.
Mas ele morreu.
Sua nau, uma das primeiras a afundar, deixou saudade (termo que só existe plenamente no português) entre os lusitanos.
Até hoje, em um movimento chamado sebastianismo, alguns portugueses esperam no porto de Lisboa a volta do rei perdido. Ficam olhando as marés com a esperança da volta de seu monarca.
Esperança. Esse termo é familiar a vocês?
Pois explico-me. Depois de um ano de governo Lula, mesmo apesar de tantas trapalhadas, o Data Folha fez uma pesquisa entre os brasileiros na qual pedia-se para resumir o governo do operário Luiz Inácio em uma palavra. Adivinhem qual foi a palavra esmagadoramente vencedora? Esperança.
Parece-me que essa saudade unida à esperança é um dos polos norteadores e legitimadores da política brasileira há muito tempo. D. Pedro II vencendo o conturbado período da regência ao vestir-se de "salvador da pátria" em 1841; Vargas, utilizando-se de um aparato muito semelhante ao imperador, quase um século depois, conseguindo fazer um golpe branco e, décadas depois, ser eleito com grande apoio popular; Jânio, Jango, Collor e, agora, Lula. Todos explorando essa mania de esperança do brasileiro.
Não, não digo que ter esperança é algo pejorativo, mas pode ser extremamente nocivo. Acontece que a nossa esperança, ao contrário de lutar por tempos melhores, parece atirar-nos em qualquer precipício, em qualquer discurso de "salvador da pátria". Extramamente condizente com o vício brasileiro em se apostar apenas no governo, reservando ao povo o direito de sempre lavar as mãos.
Lula, antes de tudo, é visto como uma pessoa do povo. Admitir que ele está envolvido em corrupção, para a opinião pública, é o mesmo que aceitar o próprio povo como corrupto.
Não me escandalizaria, de forma alguma, caso o presidente, apesar dos pesares, sair intacto de qualquer acusação feita por nosso não-tão-amigo-assim Bob Jefferson.
E tenho dito!
Bem, é isso...
Sem amenidades por hoje, cambada.
(A propósito, aceite o convite - via e-mail - para entrar na redação do Blog fusion, Lipídio)
Os senhores tirem suas próprias conclusões.